SUV da Hyundai é um fenômeno no Brasil, faz quase 10 km/l e pode se comprado com apenas R$ 60 mil

O Hyundai Tucson da primeira geração foi um verdadeiro fenômeno que contribuiu significativamente para moldar o gosto dos brasileiros pelos SUVs. Com um design robusto e imponente, uma posição de condução elevada e um custo que o tornava bastante acessível, ele realizou o sonho de muitos brasileiros de possuir um "utilitário esportivo" na garagem e teve uma vida comercial extremamente longa no mercado nacional, sendo produzido continuamente até ao ano de 2018.

Mesmo vários anos após a sua descontinuação, este veterano das estradas continua a ser uma opção muito procurada por quem procura um SUV espaçoso com um orçamento financeiro limitado. Nesta análise detalhada do modelo de 2016, um dos últimos exemplares fabricados, vamos avaliar cuidadosamente se a sua fama de robustez e durabilidade ainda o torna uma compra inteligente em pleno ano de 2025, pesando meticulosamente os seus pontos positivos e negativos.

Quanto custa realmente para ter o “Tucsonzinho” na sua garagem?

Hyundai Tucson – Créditos: depositphotos.com / Konstantinp

Em 2016, a linha completa do Tucson já se encontrava bastante simplificada, com a versão GLS 2.0 Flex equipada com câmbio automático e tração 4×2 sendo a variante mais comum e procurada no mercado. Esta configuração específica era razoavelmente bem equipada de série para a sua época, o que a torna um pacote completo e bastante interessante no atual mercado de veículos seminovos.

De acordo com os dados atualizados da Tabela FIPE referentes a setembro de 2025, o Hyundai Tucson GLS 2.0 Automático 2016 apresenta um preço médio de mercado de aproximadamente R$ 60.500. Este valor de mercado posiciona-o como uma das portas de entrada mais económicas e baratas para o universo dos SUVs equipados com câmbio automático, constituindo-se como um dos seus grandes atrativos principais.

Coração 2.0: força suficiente para o dia a dia, mas sem pressa excessiva

O motor que equipa o Tucson é o conhecido e confiável 2.0 16V Flex pertencente à família Beta, que desenvolve até 146 cv de potência máxima. Este é um propulsor amplamente reconhecido no mercado pela sua grande durabilidade e robustez comprovada, sendo um dos pontos fundamentais que construíram a sólida fama do veículo no quesito confiabilidade mecânica ao longo dos anos.

Na prática do dia a dia, o desempenho geral é apenas adequado e satisfatório. O motor apresenta força suficiente para o uso urbano regular e para viagens tranquilas, mas o antigo câmbio automático de apenas 4 marchas limita consideravelmente a agilidade e resposta do conjunto. As retomadas de velocidade em ultrapassagens são relativamente lentas e o câmbio tende a elevar excessivamente o giro do motor, aumentando significativamente o ruído interno e, principalmente, o consumo final de combustível.

O ponto fraco principal: prepare adequadamente o bolso para as visitas frequentes ao posto

Este é considerado o verdadeiro "calcanhar de Aquiles" do Tucson e o ponto que exige mais atenção e cuidado por parte do potencial comprador. A combinação específica de um motor 2.0 de tecnologia antiga com um câmbio automático de apenas 4 marchas e uma carroceria estruturalmente pesada resulta num consumo de combustível consideravelmente elevado para os padrões atuais do mercado.

Segundo os dados oficiais do INMETRO, o Tucson 2.0 automático regista, quando abastecido com gasolina, um consumo médio de apenas 8,0 km/l em percursos urbanos e 9,5 km/l em estrada. São números realmente altos que precisam ser cuidadosamente colocados na ponta do lápis, pois o custo regular com combustível representará uma despesa recorrente e significativa no orçamento mensal do proprietário.

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Espaço generoso de SUV com acabamento característico de outra era

No interior, o Tucson entrega consistentemente o que se espera tradicionalmente de um SUV: uma posição de condução elevada que transmite segurança adicional e oferece ótima visibilidade global. O design geral do painel de instrumentos é essencialmente funcional, mas claramente datado, com utilização de plásticos rígidos e um estilo estético que remete claramente ao início dos anos 2000.

O espaço interno disponível, no entanto, continua a agradar positivamente. A cabine é generosamente espaçosa, acomodando confortavelmente quatro adultos, e o porta-malas de 353 litros de capacidade é versátil na utilização, com uma abertura ampla que facilita consideravelmente o carregamento de bagagens. O estepe localizado tradicionalmente do lado de fora, na tampa traseira, é um charme característico do design original, mas exige necessariamente mais cuidado preventivo contra possíveis furtos.

O pacote completo de equipamentos de um projeto concebido nos anos 2000

Para um veículo do seu tempo de lançamento, a versão GLS estava razoavelmente bem completa em termos de equipamento. Ela vinha de série com ar-condicionado digital automático, direção hidráulica, trio elétrico completo (vidros, travas e retrovisores), bancos estofados em couro genuíno e um rádio multimedia com CD player, leitor de MP3 e entradas USB/auxiliar.

Em termos de segurança passiva, o Tucson 2016 trazia o pacote mínimo obrigatório por lei: freios com sistema ABS e airbags frontais duplos. No entanto, por ser um projeto antigo concebido há anos, ele não oferece itens de segurança ativa que são hoje absolutamente comuns, como o controle eletrônico de estabilidade (ESC) ou o assistente de partida em rampa.

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A balança final da compra: robustez comprovada versus consumo elevado

A decisão final de comprar um Tucson de primeira geração é um clássico exercício de ponderar cuidadosamente os extremos, pois as suas qualidades principais e defeitos mais evidentes são muito marcantes e definidores.

  • Pontos Positivos Principais:
    • Mecânica geral robusta e de manutenção relativamente simples e amplamente conhecida.
    • Baixo preço de aquisição inicial no mercado de veículos seminovos.
    • Cabine interior espaçosa e confortável, com a desejada posição de condução elevada.
  • Pontos Negativos Relevantes:
    • Consumo de combustível consideravelmente muito alto, representando o seu principal defeito.
    • Câmbio automático antigo tecnologicamente de apenas 4 marchas disponíveis.
    • Projeto geral de segurança e tecnologia embarcada totalmente defasado em relação aos padrões atuais.

O Tucson antigo será o SUV certo para o seu orçamento específico?

O Hyundai Tucson 2016 representa a escolha certa para quem possui um orçamento financeiro limitado, mas não pretende abrir mão do espaço interior, do conforto básico e do status social que um SUV tradicional oferece. É ideal particularmente para quem roda poucos quilómetros diariamente ou para quem valoriza fundamentalmente a robustez mecânica acima do custo com combustível e da tecnologia embarcada moderna.

Ele não é recomendado de forma alguma para quem tem o consumo de combustível como prioridade absoluta ou para quem busca activamente um carro com itens de segurança modernos e atualizados. Se você roda muitos quilómetros regularmente por dia, a economia inicial feita na compra do veículo pode ser rapidamente gasta e ultrapassada nas despesas regulares no posto de gasolina.

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